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Avanço do mar em Ilhéus vira caso de justiça.

A União, por meio da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), está pagando, desde o início deste mês, R$ 1.000 de multa/dia por atraso na apresentação do
projeto definitivo para conter o avanço do mar sobre o
litoral norte de Ilhéus. A Justiça Federal acatou ação civil pública, ajuizada pela Associação de Moradores do Bairro São Miguel, que provou por estudos técnicos que a erosão em 16 quilômetros de praias é provocada pelas obras de ampliação do Porto do Malhado. Segundo a vice-presidente da entidade, Andhrea Nascimento Carvalho, ficou comprovado que os serviços alteraram as correntes marítimas. Ela frisa que a Prefeitura de Ilhéus tinha um projeto de contenção que previa a construção de nove espigões de pedra. Mas, dos quatro construídos, apenas um tem os 250 metros exigidos. Prejuízos - Andhrea diz ainda que o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), que vai fazer o projeto de contenção exigido pela Justiça, já havia avisado que as obras trariam problemas ao próprio porto, que está perdendo calado. As grandes marés levaram ruas e casas nos bairros São Miguel e São Domingos e ameaçam a BA-001, importante via turística que liga Ilhéus a Itacaré. “O mar já cavou o cais, derrubou três barracas e só faltam três metros para chegar à pista”, diz David Silva dos Santos, morador da Praia do Norte há 20 anos. Desde 2005, a associação de moradores reúne documentos para provar que a areia que as correntes depositam na Praia da Av. Soares Lopes, no centro, deveriam proteger as áreas atingidas no litoral norte. As modificações também estão impedindo que o Rio Almada deságue no mar e suas águas estão invadindo as casas do bairro São Miguel, que é uma península e está imprensado pelo mar e pelo rio. Perdas - Andhrea Carvalho destaca que a associação entrou com uma representação contra a Codeba para paralisar as obras do porto ou indenizar comerciantes e moradores que perderam imóveis – o bairro tinha 15 estabelecimentos comerciais, dos quais 5 desabaram. As pessoas viviam desse comércio em um bairro que foi vila de pescadores e onde hoje moram cerca de 1.200 famílias, número que duplica com a chegada de veranistas, embora muitos tenham abandonado as casas, ameaçadas pelo mar. “Os problemas são graves e já entrei em casa com água acima do joelho para salvar crianças”, diz ela.

Ana Cristina Oliveira/atarde.











 

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso é uma questão fácil de ser resolvida,pois no lugar do espigão de pedra feito no porto, é só colocar uma ponte deixando a água do mar correr normalmente.